sexta-feira, 30 de outubro de 2009

"Um Amor pra Recordar..."

O espírito da coisa é bem simples, um homem ama uma mulher, que ama o mesmo homem, que, devido a motivos externos, acaba não ficando inicialmente com esse homem, mas que, no fim, obviamente, o amor sempre vence. A graça desse filme, eu acho, está na liberdade dos personagens, e na certeza de uma sentimento eterno entre eles, a demência é na verdade mais uma maneira de mostrar que o amor entre os 2 personagens era eterno, e que sempre vencia no final. É uma bela história de amor, lógico que já dá pra saber desde a primeiríssima cena do filme tudo o que vai acontecer, é também um filme de "sessão da tarde", mas convenhamos que nós já vimos nos filmes favoritos passar na "sessão da tarde"!! O clichê do filme não incomoda, e nos leva a acreditar num amor sem preconceitos, barreiras, joguinhos e livre, livre de teorias, amarras, tecnicismos e pretensões. Talvez a casa representasse o motivo do reencontro, ou o elo perdido entre os personagens, era um lugar seguro para o amor entre eles. Ah, e o final?! Fala sério, todo mundo queria que eles morressem juntos!! E o amor vence no final!! Fofo, fofo, fofo... e olha que eu tenho pavor da morte!!!
Gostei bastante do filme. Adoro filmes de amor!! "All you need is love, all you need is love, love, love is all you need!"

NOTA DO LISTAL: 8,0

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A casa de Noé

Revoltante. Fiquei procurando o tal do notebook durante o filme todo e não achei. Era para ser tipo She-ra? Ele estava escondido atrás de uma árvore? Será que era um Macbook? Um Dell? Eu não sei porque não achei.
Superada a frustração, o resto do filme é legal. Tenho que admitir que, em minha busca, não devo ter captado todo o espírito.
Brincadeiras à parte, o filme é bonitinho. É, mais uma vez, a história da menina rica que se apaixona por um pé rapado. Nesse caso, isso é uma paixão de verão durante sua juventude. Percebendo que a realidade dos dois eram muito diferentes, Noé (desculpe, mas meu espírito TNT está na toda hoje) termina iniciando uma discussão que levou ao que, possivelmente seria um rompimento. Possivelmente, afinal não deu tempo. Pois é! É que Eufrazino (seu pai) e sua mãe, no dia seguinte, a levam embora. Imagine só! Senti até o sofrimento dela. Coitada (desde a noite anterior).
Por fim, tem o desencontro, óbvio, e ele, como um bom homem de respeito, foi lutar pela honra de seu pais na guerra. Quando voltou, voltou com uma marca de guerra (sua barba. Única diferença entre o personagem pré e pós-guerra. Acho que tentaram deixar ele mais másculo, sei lá. Na verdade, não mudou em nada.) e começou uma relação puramente sexual com a ex-mulher de um amigo seu (risos). Nesse meio tempo, ele reformou a casa que seu pai comprou antes de morrer, que tinha sido o lugar onde Noé e Elisabete tinham tido sua primeira e única vez. Provavelmente pensou que, se enquanto ela estava acabada, ela deu sorte para ele, imagine quantas garotas não iam ficar atrás dele depois dela reformada. Ao acabar a reforma, ou melhor, reconstrução (acreditem, pegar casa velha caindo aos pedaços como ele para reformar, geralmente sai mais caro que construir uma nova), Noé começa a anunciar a venda. Só de sarro, porque ele não queria vender p* nenhuma. Provavelmente porque ele devia estar ganhando muito como traficante, porque juro: depois que voltou da guerra, ele não fazia mais nada. Não trabalhava e ficava o dia inteiro em casa. Ou ele trabalhava com coisas ilícitas ou tinha aplicado um golpe no INSS. Vai ver ele fingiu alguma doença mental ou coisa assim. Fingir que perdeu os braços acho um pouco mais difícil.
Anyway, cansei de escrever. Elisabete, com aprovação do noivo, vai dormir com Noé. Isso tudo porque ele apareceu em um jornal de quinta (sério! Que jornal bota uma foto enorme daquela, uma matéria de destaque, sobre uma casa reformada à venda? Isso é porque provavelmente era estilo BATV. Não tinha notícia para dar, e aí, até roubo de celular na Av. Sete vira notícia. Ou então era pago por ele para atrair as chicas). Pois bem, ela larga o noivo de vez e fica com ele.
Sério que você achou que esse filme não tinha nada de brega? Ele tem. O filme todo é a narração de Noé, que se disfarçou de Duque para fins secretos, contando a estória deles para Elisabete, que sofria de Alzheimer. Na hora que ela morreu, ele ficou ao seu lado fingindo de morto. Sério? Podia passar sem essa. Nem sei porque a Hallmark não passa muito esse filme. Ele são fans de doenças degenerativas.

NOTA NO LISTAL: 7.0

domingo, 25 de outubro de 2009

#11 - The Notebook (Diário de Uma Paixão) 2004


"Uma mulher vítima de uma doença degerenativa está internada num asilo. Para entretê-la, seu grande amigo (Duke) lê a história, escrita num velho diário onde a história se passam nos anos 40, de uma jovem chamada Allie Hamilton foi passar suas férias junto a sua família na cidade litorânea de Seabrook, na Carolina do Norte, onde acaba se apaixonando por Noah Calhoun. No decorrer da história Noah mostra uma casa perto do lago e promete que irá reforma e transforma-la na futura casa do casal. Porém na noite mesma o casal briga e Noah termina com ela, pois sabe que no fim do verão ela irá embora, além dos pais dela não aprovarem a relação. No dia seguinte os pais de Allie acabam saindo da cidade mais cedo sem que ela tenha tempo de falar com Noah. Noah arrependido escreve cartas para ela por durante um ano, foram 365 cartas, porém sem receber noticias dela, ele acaba se mudando para Atlanta e se alista ao exercíto no periódo da segunda guerra. Nesse período Allie está na faculdade e se inscreve para ser voluntária de enfermagem, onde lá conhece seu futuro noivo, Lon, soldado abastado e que os pais de Allie aprovam.
Ao voltar para sua velha cidade, o pai de Noah compra a casa perto do lado e ambos a reformam, Noah acha que ve Allie na rua e pensa que se reforma a casa, Allie de algum jeito voltará para ele. Porém alguns anos depois, o pai dele morre e a casa foi a única coisa que sobra. Após termina de reforma-la pensa em colocar fogo nela, mas muda de idéia e decide vende-la, porém nunca fica satisfeito com as ofertas, até mesmo quando o comprador oferece mais dinheiro que ele pede, ele diz que somente um louco faria uma oferta maior e não deseja um louco na casa dele. Nesse tempo ele tem um relacionamento com Marta, uma viuva de guerra que mora na cidade vizinha.
Ao ver uma foto de um jornal de Noah e sua casa, Allie decide ir a velha cidade, onde aparece de surpresa na casa dele, porém acaba se arrependendo e ao tentar sair acaba batendo em uma cerca, ele ainda supreso com o aparecimento dela chama-a para entrar e ela conta sobre o noivado, ele a convida de aparecer amanhã para que ele possa mostrar algo, ela aceita. No dia seguinte ele a leva para um rio. Na volta ela pergunta o motivo dele nunca ter escrito uma única carta para ela, pois o esperou durante 7 anos pensando que não havia acabado. Então ele a conta que escreveu por um ano e que para ele não havia acabado para ele também e a beija, e depois acabam dormindo juntos.
No dia seguinte, a mãe de Allie aparece e devolve todas as 365 cartas que ela escondeu. Depois de dar uma volta com a mãe, Noah a faz um ultimato para que ela decida entre ele e o noivo dela, mas ela fica em dúvida, então eles brigam e diz que ela deve fazer o que ela quer não o que os outros acham que ela deve fazer. Na estrada ela começa a ler todas as cartas, depois volta para seu quarto alugado e encontra seu noivo, eles tem uma longa conversa. E no fim na história Duke conta que eles vivem felizes para sempre, mas sua amiga pergunta com quem e ela acaba recordando que ela é Allie da história e que Duke é Noah, porém sua memória some novamente e não o reconhece tento um ataque de histeria, sendo sedada pelos médicos, na mesma noite Noah tem um ataque cardíaco, mas se recupera e vai visitar Allie em seu quarto, e ela se lembra dele e pergunta o que ele fará quando ela não se recordar mais dela, ele diz que nunca abandonara ela e ambos descansanm na cama, esperando pela morte juntos."
Elenco
Rachel McAdams - Allie Hamilton (jovem)
Ryan Gosling - Noah Calhoun (jovem)
James Garner - Noah Calhoun
Gena Rowlands - Allie Hamilton
Joan Allen - Mãe de Allie
Heather Wahlquist - Sara Tuffington
Elizabeth Bond - Secretária
Jamie Brown - Martha Shaw
Nancy De Mayo - Mary Allen Calhoun
Jennifer Echols - Enfermeira Irene
Sylvia Jefferies - Rosemary
Eve Kagan - Ellen
Meredith Zealy - Maggie Calhoun
James Marsden - Lon Hammond Jr.
Kevin Connolly - Fin
Andrew Schaff - Matthew Jamison III
Geoffrey Knight - Barker
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/The_Notebook

Nota do IMDB: 8,0

sábado, 24 de outubro de 2009

MILK

É, eu estou atrasadinha... sorry for that... mas voltando a "Milk" o filme da semana passada... posso dizer que é uma biografia como todas as outras que mostra basicamente a trajetória no movimento gay nos EUA, que usa o personagem principal como martir, como em todos os movimentos de minorias nos EUA usam. Pra mim, mostra uma história interessante, mas comum. Se trocassemos o grupo de pessoas, para negros por exemplo, a história seria contada da mesma forma e Mr. Milk seria substituído por Martin Luther King...
Mas, no geral, é um excelente filme, bem dirigido, com ótimos atores, Sean Penn sempre maravilhoso, enfim, um filme de boa qualidade que vale a pena assistir.

NOTA DO LISTAL: 7,0

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Miuque

Milk é um bom filme. Eu acho que não é nem de perto maravilhoso, mas bom. É um filme que relata a luta de um homossexual pela igualdade de direitos entre homossexuais e não homossexuais. Parece um filme interessante não? Também achei inicialmente. Parece uma boa história para um filme. Achei que gostaria realmente, mas é bastante entediante o filme. Ele mostra uma pessoa comum que não parece ter nada de muito interessante em sua vida particular. Portanto, é mostrada a vida política de Harvey Milk como tema central. Venhamos e convenhamos, a vida política não é o que pode haver de interessante na vida de uma pessoa, a não ser que seja um grande revolucionário como Che. Não é o caso.
Acho que o filme deve ser assistido, afinal retrata um momento importante na história dos direitos humanos, mas alerto que não espere muita coisa. Tecnicamente não há nada de mal a falar. O filme é definitivamente muito bem feito, só a trama que é um tanto sem clímax. Dou ponto também pela naturalidade criada nas cenas mais adultas.

NOTA NO LISTAL: 6.0

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

#10 - MILK


Uma cinebiografia de Harvey Milk (1930-1978), político norte-americano que assumiu sua homossexualidade publicamente nos anos 70, sendo o primeiro homossexual assumido a ser eleito a um cargo público nos Estados Unidos. No ano seguinte, Milk foi assassinado por um adversário de carreira política desconsolado com a perda nas urnas.


Ficha Técnica
Título original:
Milk
Gêneros:
Biografia, Drama
Tempo:
126min
Ano:
2008
Direção:
Gus Van Sant
Roteiro:
Dustin Lance Black
Elenco:
Elenco:
Sean Penn (Harvey Milk)
Emile Hirsch (Cleve Jones)
Josh Brolin (Dan White)
Diego Luna (Jack Lira)
James Franco (Scott Smith)
Alison Pill (Anne Kronenberg)
Victor Garber (Mayor George Moscone)
Denis O'Hare (State Senator John Briggs)
Joseph Cross (Dick Pabich)
Stephen Spinella (Rick Stokes)
Lucas Grabeel (Danny Nicoletta)
Brandon Boyce (Jim Rivaldo)
Howard Rosenman (David Goodstein)
Kelvin Yu (Michael Wong)
Jeff Koons (Art Agnos)


Who are you? Where are you from CIA, NSI, FBI??

Acho que não gosto dos diretores desse filme, todos os filmes que assisto deles eu acho bem +ou-, ontem assisti mais um: Onde os Fracos Não Têm Vez. Achei chato, estranho e monótono. Talvez que realmente não entenda a idéia principal dos filmes... enfim, não são meus favoritos não. No caso do filme da semana (Queime Depois de Ler), é bem monótono também, consigo citar as cenas que achei engraçadas: Embaixada russa: “PC or MAC?”; Casa de Harry Pfarrer (George Clooney) e aquela cadeira erótica ridícula!!; Brad Pitt dançando como ipod no ouvido dentro do carro, na frente da casa de Osbourne Cox; Brad Pitt se escondendo de George Clooney no armário.
Impressionante que o filme apresenta elementos ótimos: Bons atores atuando muito bem, uma história interessante e uma fotografia agradável e mesmo assim ainda não me agradou.
NOTA DO LISTAL: 5,0

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Dormindo em frente à tela

Não sei nem o que comentar sobre o filme. Chato...Fucking boring. Bons atores, mas o filme continua sendo chato. O pessoal é meio esquisitão, mas isso não faz que o filme deixe de ser chato. Não é que ele seja ruim...ele só é chato. É o tipo de filme que eu daria uma segunda chance se pegasse passando em um canal qualquer - legendado, claro - mas minha primeira impressão não foi muito boa. A questão toda é que não sei dizer exatamente porque não gostei. Pode ter sido um dia ruim para mim...ou melhor...3. Dormi 2 vezes vendo o filme.

NOTA NO LISTAL: 5.0 - Pelos atores legais que fizeram papeis legais e pelo estilo esquisitão independente...infelizmente isso não me manteve acordado.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

#9 - Queime Depois de Ler

Por: André Azenha

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Queime Depois de Ler (Burn After Reading, EUA, 08). Direção e roteiro: Joel e Ethan Coen. Elenco: George Clooney, Frances McDormand, Brad Pitt, John Malkovich, Tilda Swinton, J.K. Simmons. Comédia. 96 min.

7,5

Após a consagração no Oscar de 2008, os irmãos Ethan e Joel Coen voltaram a investir no humor negro com um filme que beira o pastelão em alguns momentos. “Queime Depois de Ler” é mais “Fargo” que o premiado “Onde os Fracos Não Têm Vez”, ainda que recorra, em escala menor, a elementos de ambas as produções.

Do filme de 1996 (que rendeu Oscar de roteiro para a dupla e de Melhor Atriz para Frances McDormand, esposa de Joel Coen e protagonista deste longa), são heranças o humor negro e a crítica à ganância sem precedentes. Do último, vencedor das estatuetas de Filme, Direção, Roteiro Adaptado e ainda Ator Coadjuvante para Javier Barden, ficaram o desfecho anticlimático (menos chocante), e o paralelo à violência americana.

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Ainda que mantenha as (boas) características de uma produção dos irmãos, o longa soa inferior aos filmes anteriores da dupla e se sustenta principalmente na interpretação natural do elenco respeitável.

Desta vez, os Coen (diretores e roteiristas) satirizam os filmes de espionagem. Um ex-agente da CIA, Osbourne Cox (John Malkovich), que pediu demissão quando a agência lhe ofereceu um posto burocrático, decide escrever um livro de memórias que cai nas mãos de dois palermas instrutores de academia, Linda (Frances McDormand) e Chad (Brad Pitt) - que querem lucrar com o material.

À história de chantagem somam-se a mulher de Cox, Katie (Tilda Swinton), que o trai com um segurança do governo (George Clooney), que por sua vez marca um encontro pela Internet com Linda, que desesperadamente está querendo fazer cirurgias para ficar mais jovem, e por aí vai… É o círculo de ações de um “Grande Lebowski”, com doses de “Fargo”, acrescentando pitadas de ironia à busca desenfreada pela beleza, tudo num tom sarcástico, pontuado por personagens idiotizados (inclusive os agentes da CIA). É praticamente uma comédia pastelão. A celebração do absurdo pelo absurdo. Pra se ter uma idéia, a palavra “fuck” é dita sessenta vezes no decorrer da projeção, sendo que seis delas somente nos dois primeiros minutos do filme.

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Mais que tudo isso, trata-se de um longa-metragem realizado por pessoas que se gostam e parecem ter se divertido pacas nas filmagens: Pitt (impagável como um instrutor bobalhão) trabalhou com Clooney em “Onze Homens e Um Segredo” e suas duas continuações; Clooney por sua vez dividiu a tela com Tilda Swinton em “Conduta de Risco” e já atuou sob a batuta dos Coen. E Frances McDormand… Bem, além de esposa de Joel, trabalhou em vários outros filmes dos cineastas. Já John Malkovich novamente se destaca - é o ator mais expressivo do elenco. Seu personagem foi criado especialmente para ele e o veterano artista não parece ter feito muito esforço para compor o agente frustrado e ressentido.

De ambição artística menor, “Queime Depois de Ler” abriu o Festival de Veneza, mas não repetiu as premiações das obras anteriores dos Coen. Porém, pode garantir boas risadas, principalmente se não for levado a sério.

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(Fonte: http://cinezencultural.com.br/site/?p=676)

domingo, 4 de outubro de 2009

Espirito Vs. Corpo

Por incrível que pareça, me senti feliz após assistir ao filme.
O filme foca sua temática em uma família criada para a arte. Um lar que foi fundado por dois personagens com sucesso profissional, o marido prático, e a esposa decoradora e admiradora das belas-artes, porém a esposa tinha uma voz mais forte. Ela foi o centro do lar durante toda a infância de suas filhas, ajudando também a construir a carreira do marido. Tudo isso foi construído dentro de preceitos que vinham de sua vida profissional, que tornavam essencial o ordenamento das coisas. Suas filhas, criadas então nesse ambiente familiar, foram incentivadas a aspirações artísticas, porém sem muito sucesso. Nesse ponto, Woody Allen, acho eu, tenta demonstrar a dificuldade de se criar um espírito artístico sem liberdade. Pelas poucas informações que foram dadas durante o filme, creio que sua doença começou a se manisfetar quando suas filhas começaram a alcançar uma certa independência (Renata diz que, aproximadamente na idade em que ela estava, a mão começou a ficar doente). Seu mundo foi se desmoronando com a sua falta de controle sobre ele. Com a separação, nada mais do mundo, pintado como um quadro da perfeição, restava.
Sendo assim, a única das três filhas com sucesso profissional não podia deixar de ser a única que se permitia questionar. Nem por isso, o filme foca em alguém como uma mente saudável. Enquanto Joey, que idolatrava a mãe e era amada pelo o pai, se debatia entre desejos, possibilidades e sua moral, não conseguia dar um rumo a sua vida. Flyn, por sua vez, era representante do espírito jovem. Abdicou de um ser artístico por um viver artístico, mesmo não sendo nenhum sucesso no meio. Renata, por outro lado, era o novo centro da família. A nova figura a ser idolatrada. Escritora de sucesso, julgava o resto do mundo de forma esnobe, com condescendência. Criticava rigidamente os demais, porém sempre oferecia como opinião uma mentira agradável. Evitando o conflito, sim, mas creio que seja reflexo também de uma superioridade, não achando pertinente declarar a verdade por não ter expectativa de nivelamento entre seu gênio e o dos demais. Todas as personagens com aspiração artística têm em comum um ponto: o egocentrismo. Um ponto de vista interessante abordado por Woody Allen.
É um filme de cenas estáticas, técnica impecável e que valoriza o silêncio das cenas. Ele contrapõe o espírito e o corpo de forma a contrastar as personagens expressivas das racionais, valorizando claramente as últimas.


NOTA NO LISTA: 8.0

Uma Vida Bege

Eu particularmente ADORO Woody Allen mas nunca havia visto um drama verdadeiro feito por ele. Eu também gosto muito de dramas, me fazem pensar sobre meus próprios conflitos. Juntando os dois eu acho que gostei também. Interiors é um filme denso, sobre mulheres difíceis, sobre inveja, busca de algo significativo para a vida e principalmente solidão. A mãe é uma mulher sofrida, o esteriótipo perfeito da depressão, egoísta e extremamente solitária que após o divórcio fica mais terrivelmente sem graça. Definitivamente uma mulher sem graça, com um conceito de arte sem espírito, tudo ao seu redor é bege e branco dando um tom de solidão e tristeza, talvez até de vazio. Sempre busca a morte como alternativa para os seus problemas, mas acho que na verdade era só uma tentativa de chamar atenção para si e ser mais um pouco egoísta. Se mostra sempre frágil e faz com que as pessoas ao seu redor fiquem o tempo inteiro ponderando o que falam. Eu detesto gente assim e detestei a personagem, obviamente muito bem interpretada por Geraldine Page. Aquela cena da fita sendo colada nas portas, com aquele barulho insuportável realmente me incomodou. Quanto às filhas, Diane Keaton, como musa de Woody, era a mais normal e mais conformada também e a mais bem sucedida com a qual Joey, a irmã do meio, tinha inveja da criatividade. Ambas entretanto tinha seu conflito, Renata (Diane K.) procurava o sentido da sua vida, talves porque já tivvesse tudo o que precisava na vida, até o marido frustrado e chato, e também tinha inveja da relação irmã com o pai. E Joey tinha inveja da criatividade da irmã, do relacionamento da irmã e se tinha um sentimento de obrigação de cuidar da mãe que as outras não tinham, talvez por um "complexo de édipo" feminino. A irmã mais nova, Flyn, era a narcisista, não se preocupava com ninguém além dela mesma e era extremamente simples em relação à vida, acho que é a única personagem leve do filme.
O pai era uma pessoa peculiar, que suportou um casamento com uma depressiva o quanto pode e depois suavemente foi se deixando afastar dessa realidade doentia encontrando, pra mim, a melhor personagem do filme, Pearl, uma mulher decidida, alegre, com uma imensa vontade de viver e que muda com sua jovialidade sessentona o cenário ao seu redor, incomodando os personagens conformistas como Joey. O contraste de suas cores com aquela casa sem graça demonstra muito bem isso. Adorei ela, ela expira vida!
Conclusão: um filme brilhando, com atores ótimos e uma direção e direção de arte perfeita.

NOTA DO LISTAL: 8,0

#8 - Interiors (Woody Allen 1978)


From Wikipedia, the free encyclopedia:

"Interiors is a 1978 drama film written and directed by Woody Allen. Featured performers are Kristin Griffith, Mary Beth Hurt, Richard Jordan, Diane Keaton, E.G. Marshall, Geraldine Page, Maureen Stapleton and Sam Waterston.
Page received a BAFTA Film Award for "Best Supporting Actress" and was nominated for an Academy Award for Best Actress. The film received four other Oscar nominations, two for Allen's screenplay and direction, one for Stapleton as "Best Actress in a Supporting Role" and another for Mel Bourne and Daniel Robert for their art direction and set decoration. [4] It is Allen's first film in the drama genre." Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Interiors


Sugiro uma leitura breve sobre Woody Allen feito por Rubens Ewald Filho: http://www.rubensewaldfilho.com.br/home/diretores_box.asp?paDiretor=134

sábado, 3 de outubro de 2009

Viva aos anos 80

Curti, curti! Se me perguntarem, não direi ser minha obra predileta de Almodòvar, mas já a colocaria na frente de "Fale com Ela" e de "Tudo sobre Minha Mãe". E olhe que eu simpatizo horrores com Cecilia Roth. Já com Carmen Maura, eu gosto dos filmes que vi com ela e a considero boa atriz, mas algo nela me lembra Glória Pires, e isso me incomoda horrores. Quanto à fotografia, desculpe por supor sobre o que você falou, Blake, mas não acho que tenha sido ela, enquanto técnica ao menos, que tenha te desagradado, mas o estilo década de 80 em si. Apesar de acharmos brega, afinal é década de 80, a fotografia teve momentos bem legais. Será que o que te desagradou não foi exatamente o estilo das roupas, penteados, etc? Mas algumas cenas tinham enquadramentos bem interessantes. Não gosto de falar muito disso. Me sinto meio Nerd. quanto a seu trauma de filmes espanhois, lhe recomendo um exorcismo. Para você deve ser torturante vê-los se lhe lembram coisas tão decadentes quanto Maria do Bairro.
Quanto à beleza, fico me perguntando se ele não escolhe personagens com uma estética peculiar de propósito. A tal namorada de Esteban parecia muito com uma pintura de Picasso. De qualquer forma, tenho que admitir que a estética do filme, por estar desligada da estética contemporânea como nenhuma outra (só década de 80 consegue isso, por mais que esteja na moda novamente), é uma grande barreira. Em alguns momentos tem uns desleixos de roteiro que dão um clima um tanto novelesco, mas são rápidos. Não achei que o vermelho foi exagerado. Afinal, como alguém pode se incomodar com cores quando existem ombreiras para incomodar mais? Em homenagem aos anos 80, a nota é 8.0.

PS.: Filme de Almodòvar que eu detestei foi Kika. Esse sim não vale à pena.

NOTA NO LISTAL: 8.0

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Um brinde à histeria.

Como disse no meu comentário à postagem anterior, achei o filme mais ou menos, a fotografia é meio brega, mas vá lá, anos 80 né?! Vermelho é uma cor legal mas tudo tem limite!! Que atriz hororrosa era aquela que era a noiva de Antônio Bandeiras??? Afe!! Tenebrosa!! E, acho que ele só conseguiu destaque depois desse filme porque era o único mais ou menos simpático (no quesito beleza) de todo o elenco. Quanto ao texto, achei interessante, isso foi a parte que eu gostei, cheio de reviravoltas e com um desfecho intrigante e bom, por assim dizer. A atriz principal é muito boa, mas, não sei porque, toda vez que assisto a filmes espanhois me lembro de Talia em suas tradicionais "Maria do Bairro" e "Maria Mercedes" ou então me lembro de "A Usurpadora". Acho que falar espanhol é patognomônico de dramalhão. A idéia de um monte de mulher descontrolada é típido de Almodóvar, como em Volver. Ele gosta de mulher histérica e problemática. A idéia de um clã feminino ligado a um homem e brigando por ele, tentando chamar sua atenção é irritante, mas realista, é o que acontece na vida real, tenho que admitir que mulher é um ser peculiar, que por mais independente que seja vive em função do homem com quem se relaciona e o diretor consegue mostrar essa idéia nesse filme, e em Volver também. Por esse e outros motivos, acho que gosto do estilo do diretor e dos roteiros aos quais ele se presta a fazer filmes. Entretanto, gosto de ver coisas bonitas, coisas feias vejo todos os dias e me entendiam, me irritam até. No meu momento de lazer gosto do belo, aliás quem gosta do feio, não é mesmo?! Achei o filme feio, as imagens cansam os olhos e são bregas, o elenco é feioso, a fotografia é exagerada... enfim, feio.

NOTA DO LISTAL: 6,0

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos (1988)

por Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

O filme que consagrou nos EUA e internacionalmente o diretor espanhol Pedro Almoldóvar (a fita teve indicação ao Oscar de Filme Estrangeiro e Jane Fonda comprou os direitos para refilmagem, que nunca realizou). Foi também premiado como melhor Atriz e Filme europeu do ano, melhor Roteiro em Veneza, Melhor Filme Estrangeiro pelos Críticos de Nova York.

Uma divertida comédia que foi um trabalho mais convencional de um diretor até então mais atrevido e ousado. Um pouco teatral, revelou também o hoje astro Antonio Banderas (mas a amizade do diretor com sua então musa Carmen Maura acabou após a fita). As situações vão se tornando cada vez mais loucas e engraçadas (como as piadas com o Gazpacho que tem pílulas para dormir).

Edição banal. Mas o filme vale a pena, com seu humor original e anárquico. Uma boa iniciação para o universo de Almodóvar.

FICHA DO FILME

  • Título original: Mujeres al borde de un ataque de nervios/ Women on the verge of a nervous breakdown
  • Diretor: Pedro Almodóvar
  • Elenco: Carmem Maura, Fernando Guillén, Julieta Serrano, Maria Barranco, Antonio Banderas, Rossy de Palma, Kiti Manver, Guillermo Montesinos, Chus Lampreave
  • Gênero: Comédia
  • Duração: 89 min
  • Ano: 1988
  • Cor: Colorido