quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

METROPÓLIS-alike

Assumo, de antemão, que não pesquisei mais sobre o filme e, portanto, não tenho mais que a matéria do omelete para me embasar sobre a proposta dele. Tomando, então, o que é dito na matéria como base, digo: não tome. Iniciar a sessão com o pressuposto de que essa é a versão animada do clássico de Fritz Lang será, se o fizer, a primeira coisa que te frustrará. Entenda, portanto, essa adaptação para o público atual, como foi chamado, como, não uma adaptação, mas uma inspiração. Tendo isso em mente (o que, acredite, é muita coisa - se eu soubesse disso antes talvez tivesse curtido o filme mais por não ficar achando ele tão incongruente), curta a animação Metrópolis. O estilo de animação lembra bastante Akira, e o desenho conta com um roteiro, porém, infinitamente mais simples (e não entenda isso como negativo - eu não acho que entendi cinquenta por cento de Akira e não curti exatamente a sensação de ignorância).
Acho que, sobre a estória, não preciso explicar, afinal o post sobre o filme tem spoilers de sobra. A função de analisar o filme, porém, não me deixa muito confortável. Não sei bem o que é, mas, mesmo quando o assunto é universal, animação japonesa sempre me dá a sensação de....ahnnnn. Ou seja, nunca consigo dizer muito além da própria sinopse, mesmo sabendo que dá muito pano para manga. Acho que tenho a mania de entender tudo pelo cunho emocional das obras e, como essas animações são um tanto "secas", austeras, eu sempre acho que elas querem dizer o que dizem literalmente. Resumindo, não disse nada, mas isso me basta. Espero que para todos também.

NOTA NO LISTAL: 8,0

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

METROPOLIS de Osamu Tezuka (Spoiler)

19/12/2001

Exibido recentemente em festivais de cinema do Rio de Janeiro e São Paulo, Metropolis é o mais novo tour de force da animação japonesa.

Baseado no mangá original de Osamu Tezuka de 1949 – por sua vez, levemente inspirado no filme alemão homônimo de 1927, dirigido por Fritz Lang –, Metropolis foi levado ao cinema pelo célebre Katsuhiro Otomo, o criador de Akira, que atualizou a história para o público atual.

E do que se trata a trama&qt&

Tudo se passa na cidade retro-futurista de Metrópolis, na qual convivem humanos e robôs. Estes são considerados uma casta inferior e usados basicamente como trabalhadores. O homem mais rico da cidade, o Duque Red, constrói uma enorme torre denominada Ziggurat. Na verdade, trata-se de uma terrível máquina de destruição disfarçada. O Duque pretende colocar no centro do Ziggurat um robô criado à imagem e semelhança de sua falecida filha Tima. No entanto, Lawton, o construtor desse robô, é um cientista criminoso perseguido por um detetive e seu sobrinho Kenishi. O vilão morre em um incêndio e, na confusão que se segue, Kenichi e Tima perdem-se juntos nos confins da cidade. O amor surge entre os dois, mas o cruel comparsa do Duque, seu filho adotivo Rock, não pretende deixar Tima escapar. E este é só o início do filme!

A história possui numerosas tramas paralelas, mas não é demasiado complexa. Com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, algumas situações e personagens são desnecessárias para o desfecho final. Este, porém, é o único senão do filme.

A animação é magnífica! Ela combina técnica clássica com os mais modernos avanços digitais de forma harmoniosa e eficiente. Ponto, portanto, para o diretor, o veterano Rintaro (pseudônimo de Shigeyuke Hayashi), discípulo de Tezuka e diretor de inúmeros animes clássicos.

A fusão das duas técnicas é mais evidente no visual das personagens, fiel ao traço original de Osamu Tezuka, bastante caricatural. Eles se movem naturalmente na ambientação hiperrealista da cidade. Esta fusão harmoniosa é fruto dos cinco anos na produção do anime, tempo extremamente bem empregado.

CARISMA, VIRTUDES E DEFEITOS

As personagens, por sinal, são bastante carismáticas. Do insensível Duque Red, passando pela etérea Tima e chegando a Rock (que, apesar de seu visual “bonitinho”, é um dos vilões mais sacanas da história do anime!), todo o elenco tem virtudes e defeitos, característica que afasta Metropolis do maniqueísmo de muitos animes e das produções da Disney.

Aliás, Metropolis parece feito sob encomenda para bater os filmes da Disney. Sem a violência exagerada da maior parte dos animes – incluindo o recente Princesa Mononoke (ainda inédito por aqui), do normalmente pacifista Hayao Miyazaki – e com uma trama que pode ser apreciada tanto por adultos quanto por crianças, a obra é o tipo de desenho animado para todas as idades que deu fama à produtora americana... no entanto amplamente superior a qualquer um de seus trabalhos recentes!

Curiosamente, o filme não teve o desempenho esperado nos cinemas japoneses, sendo batido pelo novo longa de Miyasaki (Spirited Away é o título em inglês) e pelo mais novo Pokémon.

Vale a pena mencionar também a trilha sonora de Toshiyuki Honda, que inclui vários estilos musicais da época da criação da história original e reforça o clima retrô. O uso da música “I Can’t Stop Loving You”, de Ray Charles no momento mais climático foi um toque particularmente genial e resultou, ao menos na sessão que acompanhei, em uma longa e merecida ovação da platéia.

No geral, uma brilhante adaptação de um trabalho menor de Osamu Tezuka, com uns poucos defeitos menores contrabalançados por vários momentos de genialidade. Ao todo, resulta em um dos melhores longas de animação do Japão em todos os tempos. Lamentavelmente, dificilmente será exibido outra vez no Brasil. Se puder assistir, vá e leve a família!


( Fonte: http://www.omelete.com.br/cine/10000611.aspx )

domingo, 3 de janeiro de 2010

Desconstruindo Haroldo

Hummm....bem....peço desculpas logo de cara. Quando tentei postar o comentário, o blogger estava fora de ar (posso usar termos de tv para web?) e como eu sou contra post contrl-C contrl-V, mesmo quando a autoria é minha mesma, não escrevi no word para mais tarde. Então, minha memória fraca tentará voltar em fragmentos, espero eu. Acho que Woody Allen assume sua visão relativista das coisas e deixa claro que sua arte é uma criação em cima de sua vida. Afinal, se interpretamos o mundo de forma individual, em tese, a arte seria autoral por natureza. Entendi que é isso mais ou menos que ele mostra no filme. A diferença é que o personagem do filme é péssimo em criar alterando a vida, o que compromete e ameaça todos que estão ao seu redor a serem prováveis personagens, com apenas a alteração da inicial do nome e alguns devaneios, mas nada que não fique clara a inspiração.
Isso me fez pensar um pouco se a questão da relação autor/personagem seria, portanto, algo genérico (que criaria uma identificação em todos os criadores) ou se isso não seria exatamente uma questão mais intimista, uma vez que os personagens deles são reflexos tão pouco distorcidos que lhe permitem uma personalidade por si só, por serem reflexos de pessoas tão próximas do autor. Sei que me falta algumas coisas interessantes sobre o filme, mas não lembro de mais.

NOTA NO LISTAL: 7,0

Quem finalmente é Woody??!!!

Realmente esse é um filme sobre crise da meia idade e a procura por uma mulher mais nova na tentativa de rejuvenecer. É um filme muito parecido com um livro do próprio Woody Allen - Three One-Act Plays: Riverside Drive Old Saybrook Central Park West - até a história de misturar personagens com a realidade, ficção com vida pessoal... muito parecido mesmo. E toda essa história de infidelidade... muita infidelidade pra minha cabeça, mas consegue ser cômico 100% das vezes. Não sei realmente como ele consegue, as mesmas histórias, os mesmos enredos, a mesma Nova York de sempre, mas é sempre com "mais do mesmo" pra variar.

Nota do Lista: 7,0