segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Irma La Douce


Em 1963, quando ainda existia Código de Produção e auto-censura dos estúdios, era uma ousadia fazer um filme sobre uma prostituta e seu cafetão - mesmo quando realizado pelo mestre Wilder, habituado a quebrar tabus e com a mesma dupla de atores do sucesso "Se meu Apartamento Falasse". Originalmente era uma peça de Alexandre Beffort com música de Marguerite Monoud, montada nos EUA em 60, mas Wilder e seu habitual parceiro I. A. Diamond tiveram a ousadia de cortar todas as canções, deixando as melodias apenas como fundo musical arranjados por André Previn, que, por sinal, ganhou o Oscar de arranjos musicais. O filme também foi indicado por melhor atriz (Shirley) e fotografia.

O projeto inicial era para ser como Marilyn Monroe (que morreu antes) ou Elizabeth Taylor (que estava no auge do romance com Burton e, portanto, criando problemas) e com o grande Charles Laughton como Moustache (ele estava muito doente e o papel foi reduzido). Toda a ação se passa no bairro parisiense de Lês Halles, que era o grande mercado local e que logo iria ser totalmente demolido (hoje em dia é um enorme parque e centro cultural, Georges Pompidou). Fora algumas externas, tudo foi reconstruído em estúdio.

Não é das obras-primas do diretor. Um pouco arrastado e longo, com momentos mortos, elenco de apoio duvidoso, o humor ficando num meio-termo (a
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ousadia não pode ir muito longe e acaba tornando tudo meio conto de fadas, com o eterno clichê da prostituta do coração de ouro). O charme do filme recai muito em cima da dupla central, que já teve melhores momentos. Mas ainda está acima da média. Estréia no cinema de James Caan.

Por Rubens Ewald Filho

Veja o Trailer a seguir:

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